Alguns textos tendem a ser melhores que outros, assim como
algumas pessoas tendem a ser para nós mais benéficas. Isso não quer
dizer que os outros textos foram mal escritos ou que as outras pessoas são
ruins, mas, apenas nos identificamos melhor com uma do que outra. E tudo bem. Tudo definitivamente
muito bem. Tão bem que as vezes nem entendo por que me preocupo tanto assim em ser o porto seguros dos próximos a mim.
Próximos de um tilintar esvoaçante de livros e palavras que me rodeiam em busca de
um novo eu. Tal qual me elucida e me norteia para um novo ser. Que personagem eu sou
agora? Eu sou agora um personagem. De modo que, se meu personagem fosse escritora, não
saberia o que escrever. Pois se eu fosse escritora gostaria de escrever sobre a face alegre de uma criança
vivenciando a vida em ignorância de sua felicidade. Se eu fosse escritora talvez descreveria o vento
e sua força, capaz não só de agitar os cabelos e vestidos das moças, mas de agitar
os ideais de uma época antigamente atual. Se eu fosse escritora, talvez
escrevesse de mim nos outros. Talvez eu escreveria sobre as incertezas
pulsantes no coração do mundo. Se fosse escritora eu, de fato escreveria
sobre o palito de fósforo usado que fica na cozinha da minha vó. Mas, se eu fosse escritora. Ah, se eu fosse escritora. Eu escreveria.
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