Viver é como um som Meio ao silêncio do universo Eu estou cansado de gritar Para poder existir A luz primordial, que a tudo criou Esquenta meu corpo Ilumina meu andar Clareia minhas idéias O eterno dilema humano Atormenta as noites A ânsia de viver O tédio por existir Sonho são esquecíveis Sono é pesado Inconsciente, penso Acordado, esqueço Caminho sozinho Ruas escuras me abraçam Passos lentos me levam Para as consequências dos meus atos
Gosto de andar Os sons da cidade abafam os pensamentos Organizam as ideias Calam as vozes Na noite produzo No dia, atraso Planos surgem Projetos fracassam A dor não cessa O remedio não cura o que só a alma acessa A mente dorme Os olhos não fecham Selene no céu Traz mais brilho que Hélio Inverte os sentidos Infla o coração Gosto de andar Mas os sons da cidade calam-se Perante a madrugada As vozes retornam Quero dormir Silenciar o coração que dispara A mente inquieta A respiração ofegante Luzes se apagam Olhos se fecham A mente acorda O sol brilha novamente