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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Te amo

Eros, em seu palácio nas nuvens, observa a humanidade a procura de mais uma vítima para suas artimanhas, e, cansado de poetas e músicos decidiu por um ser comum, eu. Sim, realmente a amo, mas porque? Será o destino ou algo parecido? Ou o seu jeito de ser? No fim, isso não importa, já que aqui estou, rendido e despido perante todos. Enquanto me questiono, ele gargalha, típica reação dos deuses após mexer com a simples vida humana. O que fazer agora? Não sei. Deveria entoar cânticos? Recitar poemas? Uma serenata? Ou um simples eu te amo? Ah, a doce angústia da ignorância. O momento unico,sublime, em que não se sabe a resposta, apreensão. Já dizia um grande poeta " amor e dor não rima atoa"e realmente dói. A indecisão, incerteza e incoerência desse amor incondicional e unilateral, pulsante  e desesperado, ansioso pelo sim ou não. Eu amo por egoismo ou sou egoísta por amar? Ainda irei descobrir, mas não hoje, um dia quem sabe.

Nada

Acordo, escrevo, apago. Esse é o roteiro do dia, num ciclo infinito de decepção e rancor, afinal, o que estou fazendo aqui? Por que ainda tento escrever? Percebo que a perseverança,um dos fatores inerentes á raça humana está trabalhando.Sobre o que escrever? Não sei, mas tentarei ao máximo deixar esse texto com sentido. Somos egoístas por amar ou amamos por sermos egoístas? Existimos por pensar ou pensamos por existir? Como podemos querer conhecer o mundo se não nos conhecemos? Se a cada dificuldade somos obrigados a colocar máscaras sobre máscaras até o momento em que não saberemos quem somos. Receberemos a morte de braços abertos como uma amiga, sem remorso, satisfeitos com a vida que vivemos ou adiaremos ao máximo o fim de uma existência subserviente, corrompendo nossa humanidade até que reste apenas um eco do que ja fomos? Se " a dor de um poeta toca muito mais quem ama" então quando paramos de amar? Pra onde foi a nossa empatia? Enquanto o individualismo cresce, ...

Túnel

Ela caminhou por dentro do túnel do autodescobrimento. Em sua caminhada percebeu que não existia luz no final, era apenas uma ideia antiga. Assim, no escuro e com medo, andou passos lentos, tateando as paredes de si mesma. O túnel não era mais túnel, era labirinto. Como ela poderia desistir e ficar ali presa no meio do caminho? Levantou-se depois da sétima queda em meio ao nada e prosseguiu em direção a sua jornada. Seu coração pulsava de incerteza, mas já não podia mais dar voz às indecisões. Ainda que não tenha chegado ao fim, percebe que mesmo no escuro, flores lhe acompanhavam.